Só as poderosíssimas energias de natureza divina que estruturam a mente espiritual são capazes de renovar-se sem desagregar-se, assegurando vida eterna individuada ao espírito e garantindo-lhe permanência e evolução infinitas. Tudo mais, no universo das formas e das substâncias, se transforma contínua e estruturalmente, sob a tensão das forças pulsantes que impõem inestancável renovação, através de processos dinâmicos de desagregação e de sempre novas agregações elementais que respondem pela conservação, em regime de equilíbrio de trocas, de todos os tipos e estados da energia.
Entendido isso, pode-se compreender que, se a morte não existe no Universo, em termos de niilismo, existe nos de transmutação incessante, significando sempre o fim de cada processo temporal, fim que é também, em si mesmo, novo começo, na química das transformações. Havendo, pois, para tudo quanto é temporal, começo e fim, há, igualmente, para tudo quanto é temporal, nascimento e morte. Daí podermos dizer que o tempo é, por definição, a trajetória de uma onda eletromagnética, do seu nascimento até a sua morte. Por isso ele é uma das dimensões fixas do nosso Universo, porque estável é, em nosso plano, a velocidade das ondas eletromagnéticas.
O tempo, porém, somente pode existir em sistemas isolados, ou fechados, e tem a natureza de cada sistema. Como tudo, no macro e no microcosmo, e em todos os Universos, são sistemas, somente em termos de Divindade podemos imaginar a intemporalidade absoluta, que é o conceito extremado e perfeito de eternidade. Fora disso, no mundo das mensurações, qualquer que seja o nível, o tempo existirá, com suas cargas eletromagnéticas identificáveis, dimensionáveis, limitadas e, portanto, sujeitas a sofrer a ação das ondas mentais superiores.
A rigor, cada mente, à medida que se expande ou se contrai, em sua marcha evolutiva, estrutura e dimensiona o seu espaço e o seu tempo, na exata correspondência dos ritmos vitais que lhe são próprios. É claro que, assim como só pouco a pouco o espírito vai-se libertando dos automatismos, à medida que desenvolve valores conscienciais e capacidade de autogoverno, também se acomodará inconscientemente ou semi-inconscientemente às suas faixas de tempo e espaço, até atingir estágios superiores de conhecimento e poder.
Cada ser vive e atua em faixas próprias de freqüência vibratória, na comunhão com os seus afins, forjando a própria economia energética na incessante permuta de forças alimentares, transformadoras e conservadoras, dos mais diferentes tipos e condições. Articulando tecidos de força que o envolvem, o espírito constrói, através de sinergias funcionais, o cosmo individual em que se move e por cujo equilíbrio responde.
E como a energia é tão suscetível de sublimar-se como de degenerar, pode a mente provocar, mesmo inconscientemente, não apenas explosões nucleares incontroladas em sua própria aura, mas igualmente implosões atômicas destruidoras em seu corpo espiritual, criando pus energético, com que intoxica o seu mundo individual e contamina as noures a que se ajusta. É com essa lama psicofisica, dotada de forças físico-químicas e eletromagnéticas degeneradas, que inteligências pervertidas constróem a argamassa de regiões e até de impérios infernais, onde a matéria mental apodrecida e a energia de baixo teor vibratório obedecem a princípios de equilíbrio corrompidos por diferenciações inomináveis, sob o comando de mentes enlouquecidas no mal.
É bem verdade que, agindo em nome do Amor Divino, o Pensamento Crístico intervém diretamente, de ciclo em ciclo, provocando desastres eletromagnéticos desintegradores dessas construções e gerando condições constritivas que forçam a eclosão de circunstâncias regeneradoras em multidões de espíritos prisioneiros dessas esferas fluídicas infelizes; mas, sem embargo disso, o tempo agiria por si mesmo, no esgotamento, embora a longuíssimos prazos, desses fulcros insólitos de degenerescência.
Opostamente a tudo isso, a ação contínua de ondas mentais de alta freqüência provoca desintegrações em cadeia, suscetíveis de aniquilar o corpo espiritual dos seres que alcançam as mais altas faixas da evolução terrestre, determinando maior velocidade ao seu pensamento, que passa a vibrar em ritmos ainda insuspeitados pela ciência terrestre, que julga serem os 300 mil quilômetros por segundo a velocidade constante de qualquer espécie de luz. Se isso é verdadeiro no que tange a todos os tipos de ondas eletromagnéticas conhecidas pelo homem, também é certo que, no reino das vibrações supracósmicas, atuam ondas mentais de insuspeitada curteza, emanadas de mentes angélicas e crísticas, cuja freqüência vibratória escapa inteiramente à nossa capacidade atual de investigação.
Áureo. Universo e vida. Psicografia de Hernani T. Santana, 5.ed., pag.72 – 74