
“ – Será que eu sou um Espírito feminino domiciliado num corpo masculino?
Toda minha vida até aqui é um permanente delírio. A minha psicologia difere da minha fisiologia, minhas aspirações entram em choque com a minha forma.Desde criança, eu preferia que me chamassem Lícia, a Lício, que é o meu nome. A última forma me chocava, enquanto a primeira me produzia deleite. Ao espelho, despido, sempre me estranhei, passando a detestar o que eu apresentava sem mentir, anelando pelo que experimentava emocionalmente sem possuir. As foras do corpo produziram-me estranheza… Foi porém, na puberdade que os meus sofrimentos se agravaram, na escola, no lar, em toda parte. Eu era uma pessoa dupla: a real, era interior, enquanto que a aparente, era a visível.
Todas as minhas recordações estão assinaladas por preferências femininas e os meus interesses sempre giram nessa órbita. A inocência não me deixava entender a variedade de sentimentos, essa dicotomia comportamental. Ainda não me assaltavam preferências físicas, já que tudo acontecia num plano ideal, platônico, se posso dizer, sem outros comuns ingredientes humanos…” (Manoel P. de Miranda. Loucura e Obsessão. 6.Ed. Cap. 5 e 6.)
Homossexualidade
“ A homossexualidade, também hoje chamada transexualidade, em alguns círculos de ciência, definindo-se, no conjunto de suas características, por tendência da criatura para a comunhão afetiva com uma outra criatura do mesmo sexo, não encontra explicação fundamental nos estudos psicológicos que tratam do assunto em bases materialistas, mas é perfeitamente compreensível, à luz da reencarnação.[…]. A vida espiritual pura e simples se rege por afinidades eletivas essenciais; no entanto, através de milênios e milênios, o Espírito passa por fileira imensa de reencarnações, ora em posição de feminilidade, ora em condições de masculinidade, o que sedimenta o fenômeno da bissexualidade, mais ou menos pronunciado, em quase todas as criaturas. O homem e a mulher serão, desse modo, de maneira respectiva, acentuadamente masculino ou acentuadamente feminina, sem especificação psicológica absoluta. […].” (Emmanuel. Vida e Sexo. 15. Ed. Cap. 21.)
Causas anteriores
“O homem que abusou das faculdades genésicas, arruinando a existência de outras pessoas com a destruição de uniões construtivas e lares diversos, em muitos casos é induzido a buscar nova posição, no renascimento físico, em corpo morfologicamente feminino, aprendendo, em regime de prisão, a reajustar os próprios sentimentos, e a mulher que agiu de igual modo é impulsionada à reencarnação em corpo morfologicamente masculino, com idênticos fins. E, ainda, em muitos outros casos, Espíritos cultos e sensíveis, aspirando a realizar tarefas específicas na elevação de agrupamentos humanos e, conseqüentemente, na elevação de si próprios, rogam dos Instrutores da Vida Maior que os assistem a própria internação no campo físico, em vestimenta carnal oposta à estrutura psicológica pela qual transitoriamente se definem. Escolhem com isso viver temporariamente ocultos na armadura carnal, com o que se garantem contra arrastamentos irreversíveis, no mundo afetivo, de maneira a perseverarem, sem maiores dificuldades, nos objetivos que abraçam.” (Emmanuel. Vida e Sexo. 15. Ed. P. 89 – 92)
Amparo Educativo
“ Observadas as tendências homossexuais dos companheiros reencarnados nessa faixa de prova ou de experiência, é forçoso se lhes dê o amparo educativo adequado, tanto quanto se administra instrução à maioria heterossexual. E para que isso se verifique em linhas de justiça e compreensão, caminha o mundo de hoje para mais alto entendimento dos problemas do amor e do sexo, porquanto, à frente da vida eterna, os erros e acertos dos irmãos de qualquer procedência, nos domínios do sexo e do amor, são analisados pelo mesmo elevado gabarito de Justiça e Misericórdia. Isso porque todos os assuntos nessa área da evolução e da vida se especificam na intimidade da consciência de cada um.” (Emmanuel. Vida e Sexo. 15. Ed. P. 89-92)
Conflitos e desafios perante o sexo
“O ser humano é constituído por equipamentos muito delicados, em uma engrenagem complexa que deslumbra as mentes mais aguçadas que se debruçam sobre a organização, sem entender as miríades de implementos que se apoiam uns nos outros, a fim de que funcionem corretamente em perfeita harmonia. Herdeiro das experiência de multifárias reencarnações, imprime, no instrumento orgânico de que necessita para evoluir, as necessidades em forma de limitação ou capacidade, de tormento ou paz, de acordo com as conquistas anteriormente realizadas.
De qualquer limite, dificuldade ou problema na área sexual, as raízes se encontram na conduta do ser em anteriores existências, exigindo reparação e controle. Novos deslizes no comportamento atual significam danos mais graves a serem recuperados com dificuldades mais extenuantes.
O sexo não é a vida em si mesma, por isso, a vida vale mais do que as sensações do imediatismo sexual.
Aparelho valioso, como tantos outros no conjunto físico, deve ser atendido com critério e oportunidade, evitando-se exaustão ou abandono, paixão ou desinteresse, aprisionamento ou castigo injustificáveis.
Criado por Deus, para servir de instrumentos à vida terrestre, não o pode submeter aos seus desmandos, sob os estímulos da alucinação que varre o planeta nos dias hodiernos. […]Se renasceste com dificuldades ou desafios na área sexual, recorre à oração e ao equilíbrio, evitando justificativas que te facultam os abismos de novos comprometimentos.
Aprende a reeducar-te, encontrando diferentes formas de felicidade e prazer, sem ultrajar a tua organização genésica, nem submeter ao desconforto da anestesia da consciência ou da conduta cínica, como forma extravagante de enfrentar o grupo social no qual te encontras.[…]
Não creias que liberando as cargas do desejo insano e infrene, te reconfortarás, reequilibrando-te. Prazer fruído, necessidade de prazer novo.
Sensação esfogueante e apaixonada, desejo que retorna, logo se removem as forças.Somente a conduta de paz e amor para contigo mesmo e para com o sexo, poderá facultar-te harmonia, que pode demorar um pouco, mas que, chegando, jamais te abandonará.” (Joanna de Ângelis. Sendas luminosas P. 43 – 47)