No campo da Medicina, o Espiritismo está destinado a ajudar a Ciência a descobrir e entender que, sendo o ser humano um complexo mento-físico-perispirítico, participa da natureza de três mundos distintos, que, todavia, se interpenetram e interagem: — o mundo espiritual, o mundo físico e o mundo paramaterial ou parafísico. Em conseqüência dessa conscientização, compreender-se-á que esses três mundos, ou planos de vida, estão sujeitos, cada qual, a leis e condições evolutivas específicas, tudo neles se encontrando, desde as expressões mais rudes, até as mais sublimadas. Desse modo, ser-nos-á lícito falar (usando, embora, terminologia ainda inadequada) em fauna e flora mentais e em fauna e flora parafísicas, do mesmo modo que nos acostumamos a falar da fauna e da flora de nosso mundo material, que chamamos físico. Assim também poderemos falar de fluidos paramateriais e de eletromagnetismo transcendente, e também de doenças espirituais de conseqüências físicas, de doenças físicas de conseqüências espirituais e de doenças do perispírito, abrindo campo imenso para uma Nova Medicina, infinitamente maior e mais complexa, destinada a atender ao ser humano de uma maneira integral. No futuro, além da homeopatia, da alopatia, da acupuntura e das aplicações radiológicas, da hipnoterapia e de tantos outros métodos de tratamento já em voga, teremos a mentoterapia espírita e uma magnetoterapia de amplas possibilidades.
Na Medicina Psiquiátrica, o Espiritismo está fadado a introduzir profunda inovação de conceitos e de métodos, a partir da aceitação científica da ascendência do Espírito sobre os cérebros perispiritual e físico e sobre todo o cosmo orgânico de cada ser humano. Isso, e mais o conhecimento objetivo dos processos obsessórios e dos desequilíbrios de natureza mediúnica, darão novas dimensões de entendimento e grandeza à Psiquiatria, induzindo-a a estudar as repercussões mútuas das lesões físicas, espirituais e perispirituais, para reformular todas as suas técnicas de diagnóstico e de tratamento e assim alcançar resultados mais positivos e mais consentâneos com o progresso.
Nas áreas da Psicologia e da Psicanálise, o Espiritismo introduzirá modificações fundamentais de conceituação e tratamento dos problemas clínicos, começando pela consideração dos ascendentes espirituais e cármicos determinantes de cada situação individual e grupai. Com efeito, como entender-se e tratar-se convenientemente inibições graves sem causa aparente e fobias inatas, inexplicáveis mesmo à luz da hereditariedade, senão através de vivências pretéritas, em passadas encarnações? Por falar nisso, até onde essas transatas vivências são responsáveis por difíceis quadros clínicos no campo da Pediatria? E ainda aí, quem seria capaz de medir, por agora, o valor da contribuição espírita para numerosas soluções, teóricas e práticas, ainda não encontradas para dirimir sérios desafios no âmbito da Pedagogia? Doenças de natureza cármica, afecções provenientes de choques reencarnatórios e diferenças físio-intelecto-morais de ordem evolutiva, são coisas que a Ciência oficial por enquanto desconhece, mas que, em porvir não mais remoto, há de incorporar ao rol dos seus saberes.
[…] A profunda e substancial ampliação que o Espiritismo provoca em todas as conceituações de medidas e propriedades das grandezas levará fatalmente a tão surpreendentes avanços nos raciocínios lógicos e nas formulações matemáticas, que o efeito disso obrigará à completa reavaliação dos postulados da Lógica e, conseqüentemente, a uma total renovação dos processos racionais da Filosofia, das ciências mecânicas, dos cálculos de probabilidade e das artes de representação
(Áureo. Universo e Vida.Psicografado por Hernani T. Sant`Anna. FEB. cap. XI.)