Canildo em Cena

Autora: Nísia Anália
Personagens: Palhaço Alegria, palhaço Sorriso, Minhoquinha, Gotinha e Canildo.

Cenário: quintal de uma residência.

(Ao iniciar a peça entra o Palhaço Alegria, todo feliz, cumprimentando o público).

ALEGRIA – Bom dia!! Bom dia!! Bom dia pessoal! Que dia lindo! (Utilizar o cumprimento de acordo com o horário) – Meu nome é Alegria e eu estou muito feliz por estar aqui hoje, principalmente por estar com vocês!
Olha, perto de mim ninguém pode ficar triste, tá ok? Nós os seres humanos, precisamos sorrir mais.
Vamos lá, quem estiver sério aí, vai sorrir agora.
Quem está feliz levante a mão! (inventar outras coisas como: bata palma, abrace quem estiver ao lado, etc.).

(Neste momento entra pelo fundo o Palhaço Sorriso, cantarolando).

SORRISO – Eu bato palma (bate), dou um sorriso (sorrir), falo amor (amor), abraço um amigo (abraça o Alegria).
ALEGRIA – Olá Sorriso, que bom ver você!
SORRISO – Que nada! Bom mesmo é ver você.
ALEGRIA – Você veio ajudar-me?
SORRISO – Bom… não sei, só sei que estava passando aqui perto e ouvi esse pessoal aqui sorrindo, então achei que vocês estavam me chamando…
ALEGRIA – Ah, sim, onde tem Alegria o Sorriso aparece!
SORRISO – Bem, já que estou aqui eu posso te ajudar, pois você sabe que eu adoro…
ALEGRIA – Eu também, mas será que eles (aponta para o público) gostam também?
SORRISO – Não sei, vamos perguntar.
ALEGRIA – Vocês gostam? (Deixa um suspense no ar)
SORRISO – Alegria, como eles vão responder se não sabem do que estamos falando?
ALEGRIA – É mesmo, desculpe-nos. Vocês gostam de ouvir historias? (Incentivar para que respondam)
SORRISO – Mas, história não é coisa apenas de criança? (se o público for criança perguntar se não e coisa de adulto)
ALEGRIA – Já que vocês gostam, então vamos contar uma linda historia.
SORRISO – Era uma vez… (suspense)
ALEGRIA – Lá debaixo da terra, num lugar onde os olhos não vêem…
SORRISO – Morava um velho cano, trabalhando com alegria, apesar de trabalhar escondido…

(Se afastam ou saem de cena, entra Canildo cantarolando).

CANILDO – Passa água, passa água, passa bem de mansinho,
                    Vá pra perto, vá pra longe, ajudar os irmãozinhos!
                    Ah! Que bom que é trabalhar, saber que estou sendo útil, contribuindo para a felicidade dos seres da criação de Deus.

ALEGRIA (ao fundo) – Assim era nosso amigo Canildo, nada de tristeza! Até que um dia…

(Entra toda imponente uma minhoquinha)

MINHOQUINHA – (Aproximando-se de Canildo) – Olá Canildo, tudo bem?
CANILDO – Olá, minha amiga Minhoquinha, eu estou muito bem.
MINHOQUINHA – Sabe que eu não te entendo, Canildo!
CANILDO – Não me entende! Como assim?
MINHOQUINHA – É que você está sempre feliz, tranquilo…
CANILDO – Graças a Deus, trabalho realmente com muita alegria.
MINHOQUINHA – É, acho que só existe uma conclusão sobre você…
CANILDO – (Bem animado) – Sim! E qual é?
MINHOQUINHA – Você é um… um bobão!
CANILDO – Bobo, eu? Mas… porque?
MINHOQUINHA – Sua vida é muito triste, e você fica sorrindo… sorrindo…
CANILDO – Minha vida é triste?
MINHOQUINHA – Claro que sua vida é triste. Você vive escondido aqui debaixo da terra, não pode sair do lugar… E o pior de tudo é que ninguém vê você, ninguém sabe que você existe!
CANILDO – (Chué) – Será?
MINHOQUINHA – Acredite em mim, eu sou muito esperta e sabida!
CANILDO – (Mais triste ainda) – Será?
MINHOQUINHA – E o pior é que ninguém reconhece o seu trabalho. Preste atenção Canildo, para que serve um velho cano escondido na escuridão?
Agora já vou indo, pois tenho muito que mostrar. Fique aí com sua triste alegria. Até breve.

CANILDO – (Desanimado) – Até…

(A Minhoquinha sai toda vaidosa. Canildo fica triste, pensativo…).

CANILDO – Ah, meu Deus! Será que a Minhoquinha tem razão?
 Pensando bem, ela está certa, eu sou um bobo mesmo. Imagina só, ficar alegre aqui escondido!

(Nesse instante entra a Gotinha, representando a água, se possível ao som de uma música sobre a água).

GOTINHA – (Toda feliz) – Olá, meu amigo Canildo!
CANILDO – (Chué) – Olá…
GOTINHA – O quê? Que olá mais chué! Não estou lhe reconhecendo!
CANILDO – Estou cansado…
GOTINHA – Cano cansado? Diga a verdade Canildo!
CANILDO – É a verdade…
GOTINHA – A verdade Canildo, é que eu estava passando por aqui e ouvi sua conversa com a Minhoquinha.
CANILDO – (Surpreso) – Ouviu?
GOTINHA – Sim, por isso parei e vim conversar com você.
CANILDO – E você acha que a Minhoquinha tem razão?
GOTINHA – Mas é claro! (Deixa que Canildo se assuste) Claro que não! O valor de nosso trabalho não está em sermos reconhecidos…
CANILDO – Antes eu pensava assim…
GOTINHA – (Otimista) – Pois continue pensando. O importante é sermos úteis, cumprindo nosso compromisso de servir a Deus, a Jesus e à Vida.
CANILDO – Nossa, havia me esquecido de Jesus!
GOTINHA – Então, meu amigo, cada ser da Criação está no seu lugar certo. Devemos cumprir o nosso papel com muita humildade e alegria, pois se não tomarmos cuidado, o nosso orgulho nos faz esquecer nossa principal tarefa.
CANILDO – (Animado) – você tem razão.
GOTINHA – Imagina se todos os canos quisessem estar acima do chão? Ao invés de ajudarem fariam que outros, tropeçando caíssem naquela região…
CANILDO – (Sorrindo) – Nossa! Ia ser uma confusão. As pessoas não iam gostar mais dos canos.
GOTINHA – E isso seria bom?
CANILDO – Claro que não.
GOTINHA – Então, Canildo volte a sorrir… Trabalhe com alegria… Não se preocupe com que os outros estão pensando sobre você. Quando aprendermos a trabalhar com humildade, encontraremos a verdadeira liberdade e seremos mais felizes.
CANILDO – Que bom que você veio conversar comigo. Você me ajudou muito.
GOTINHA – Lembre-se, você é muito útil. Graças a você podemos chegar em todos os lugares onde os homens precisam de nós.
CANILDO – Que vergonha eu ter ficado desanimado! Lembrarei sempre dessa lição: O importante é nossa parcela de amor, que mesmo na escuridão, serve de presente ao Senhor.
GOTINHA – Agora já vou indo, pois estou atrasada. Um grande abraço e… juízo Canildo!

(Sai toda feliz)

CANILDO – Sim, minha amiga, terei muito juízo… (Fala para o público) Aprenda você também essa lição: Só teremos verdadeira liberdade, quando aprendermos em nosso caminho a trabalhar e servir com humildade. Repitam comigo: Só teremos verdadeira liberdade, quando aprendermos em nosso caminho a trabalhar e servir com humildade!!! Até breve, vou continuar o meu trabalho… com alegria!!! (sai de cena)

(Entram os palhaços)

ALEGRIA – (Emocionado) – Fico tão emocionado quando eu conto ou quando eu ouço histórias…
SORRISO – É como se estivéssemos vendo a história acontecer.
ALEGRIA – Ainda bem que o Canildo encontrou a Gotinha em seu caminho…
SORRISO – Porque senão, ele teria esquecido da sua verdadeira função…
ALEGRIA – Um bom amigo pode nos ajudar muito!
SORRISO – É verdade, um amigo é um tesouro!
ALEGRIA – Não é assim! É assim: um tesouro é um amigo!
SORRISO – Ah! É mesmo!
OS DOIS – O importante é que somos amigos!
SORRISO – E temos o melhor amigo também.
ALEGRIA – O maior amigo! Nosso grande amigo Jesus!
SORRISO – Nosso amigo e amigo de todos vocês.
OS DOIS – Assim como o Canildo, trabalhem e estudem felizes por Jesus!

(Cantar a música: Canildo – Vídeo abaixo)